18 abr A nossa vida interior
A nossa violência, interiorizada ou exteriorizada, resulta muitas vezes de uma falta de vocabulário… ela é a expressão de uma frustração que não encontrou as palavras para se expressar.
A razão é simples: nós nunca aprendemos nem adquirimos o vocabulário da nossa vida interior.
Nós não aprendemos a descrever precisamente o que sentimos ou a exprimir as nossas necessidades e desejos.
No entanto, desde a nossa infância, aprendemos muitas palavras que nos deixam aptos para falar de história, geografia, matemática, ciência ou literatura, podemos descrever uma técnica informática ou desportiva, discutir economia ou direito, mas quando é que aprendemos as palavras e a falar da nossa vida interior?
Quando crescemos, nós somos separados dos nossos sentimentos e necessidades e tentámos ficar à escuta dos desejos da mãe e do pai, os nossos irmãos e irmãs, o professor, etc… para obedecer sem hesitar, mesmo ferindo o nosso interior…
“Faz o que a mãe te diz para fazeres”… “Faz o que a tua prima que vem cá a casa quer, ouviste?”… numa frase… “Faz o que os outros esperam de ti”.
O resultado é obvio para todos… não acham?
Penso que devemos educar mais para a escuta da nossa bússola interna, no nosso “eu” mais profundo, se queremos criar pessoas mais alinhadas com elas próprias e felizes.
Este trabalho passa muito pela educação em nossa própria casa, visto que as escolas estão ainda muito longe de ter essa visão… talvez um dia a terão. 
Paulo Ferreira
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